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Brigas de casal e a perda do controle.

Todas as pessoas tem aspectos inconscientes do sexo oposto dentro de sua psique. É denominada de anima a parte a feminina que cada homem porta dentro de si. Já a mulher leva dentro de si o animus, sua parte masculina.


São aspectos trabalhosos de se verificar no cotidiano, uma vez que influem discretamente em nosso comportamento. Se encontram dentro de nossa psique, ativos e vivazes, entretanto sob o controle do ego. Entretanto, alguns acontecimentos particulares podem fazer o animus ou a anima submergir a superfície, e até mesmo dominar-nos.


Um exemplo em que essa situação pode acontecer é a briga de casal. Uma briga pode ter tido seu início por um motivo fútil e irrelevante – alguma discordância ou pequeno imprevisto – e suceder sem muita dificuldade a uma resolução amigável. Contudo, quando estes acontecimentos insignificantes conduzem o casal a uma discussão acalorada, com bate-boca, onde os ânimos se alteram, de modo cada vez mais exaltado e hostil, por mais maduros e moderados que sejam, o auto-controle começa a se esvair. Neste compasso, o animus, no caso da mulher, e a anima do homem começam a entrar no controle de suas palavras e seus atos. O casal está, por então, regido por forças inconscientes tão primitivas e poderosas, que, em certas palavras, chegam a ficar “possuídos” por estes arquétipos.


No momento em que se encontram dominados por estes arquétipos, a própria expressão corporal se transforma. Altera-se o tom de voz. A feição do rosto se modifica. Deixamos de ter o controle sobre nossas palavras e ações. Muitas vezes, parece que teríamos vontade de parar a discussão, porém não somos capaz de nos segurar. Se conseguimos fugir do embate direto e buscamos nos concentrar em outras coisas, a discussão persiste em acontecer dentro de nossa mente.


Existem expressões da sabedoria popular que mostram a consciência desta perda de controle:

“Ele não estava em si naquele momento para fazer isso... não é de seu feitio”.

“Ela só pode ter perdido a cabeça para ter feito uma loucura dessas”.

“Ele devia estar possuído”.


Mas então, é possível sair de algo assim? Como conseguirmos sair desta “possessão” do animus, na mulher, ou da anima, no homem?


O primeiro ponto a ser desenvolvido é de perceber que estas forças primitivas inconscientes existem em cada um de nós e fazermos um trabalho interno consciente na busca de acolhermos estes aspectos inconscientes em nós.


O casal deve se tornar consciente no sentido de se preservar de transformar cada desentendimento em uma discussão hostil e acalorada, e para esta condição deve perceber que neste condição de bate-boca não existem vencedores, todos saem depreciados, e com marcas de um combate que só vai destruindo cada vez mais a relação. Ninguém vai ganhar com isso.


Outro ponto é preciso ter autoconhecimento desta possessão pelo aspecto inconsciente oposto, masculino na mulher e feminino no homem pode estar ganhando no controle das nossas ações. No caso do homem, seu lado feminino interior, ao se sentir grandemente machucado pelas coisas que escutou de sua mulher, passara presumir que nenhuma pessoa lhe compreende, estará influenciado pela intensidade de sua Anima. No caso da mulher, ao ter a discussão acalorada, brigara cada vez mais para mostrar a sua razão, defender seu ponto de vista, estará influenciada por seu homem interior, por seu animus.


Nas situações de briga de casal é melhor que a situação se interrompa antes que chegue ao pode se dizer coisas e praticar ações que deixaram marcas graves na relação do casal, de laboriosa cicatrização. Esta não é uma tarefa fácil, porém não é impossível. É preciso saber controlar a “cabeça” e entender que não existe vencedor em uma situação assim. Também é necessário observar que para um relacionamento melhorar é preciso que a mudança seja interna. Muitas vezes é necessário ser humilde de aceitar que não é toda vez que se esta com a razão, e decidir fazer diferente. O diálogo é um forte instrumento de reconciliação, nesses casos, para tornar a relação mais harmoniosa e amorosa.




ANDRÉ PAIVA - PSICÓLOGO CLÍNICO

CRP 04/46036

(35) 99935-9470

Trav. Evaristo da Veiga, 40, sala 404 - Pouso Alegre/MG

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